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Aplicações das Radiofrequências

Nas últimas décadas, as radiofrequências têm vindo a ser cada vez mais utilizadas na ciência e na tecnologia. Para além da saúde e bem-estar, existem várias outras áreas de aplicação destas radiações. Iremos analisar algumas destas aplicações, nos mais variados setores. 

A tecnologia de Identificação por Radiofrequência, usualmente conhecida como tecnologia de RFID (do inglês Radio Frequency IDentification), é uma ferramenta complexa e inovadora que se tem revelado muito útil em diversas áreas. A tecnologia de RFID baseia-se na utilização de radiações de frequência compreendida entre 3 kHz e 300 GHz para captura automática de dados. Recorrendo a este método, é possível a identificação de objetos e até mesmo de pessoas ou animais. Um sistema de RFID possui dois componentes fundamentais: o transponder ou tag, um dispositivo eletrónico localizado no objeto que se pretende identificar, com a capacidade de armazenar dados, e o leitor, que tem como principal função a captura dos mesmos, embora em alguns casos possa também transmitir. O tag emite um sinal eletromagnético, na zona das radiofrequências, que será detetado pelo leitor. Este, após a receção, procederá à descodificação dos dados contidos na memória do tag e encaminhá-los-á para um computador, onde será realizado o seu processamento. Os tags podem ser classificados como ativos ou passivos, tendo em conta o seu modo de alimentação: são considerados ativos quando possuem a sua própria fonte de energia (uma bateria interna) e passivos quando são unicamente alimentados por meio de ondas de rádio fornecidas pelo próprio leitor, só assim podendo ser ativados. A tecnologia de RFID assemelha-se, em vários aspetos, à do código de barras, bastante conhecida e utilizada em todo o mundo. Porém, em diversas situações, a primeira pode revelar-se mais prática e eficiente. Uma das principais diferenças entre os dois métodos tecnológicos reside no facto de um leitor laser, usado para ler códigos de barras, necessitar de campo visual para efetuar a leitura. Já um leitor de sinais de radiofrequência é capaz de o fazer através de vários materiais, como o plástico, o vidro, o papel, a madeira ou mesmo o cimento. As tecnologias de RFID são frequentemente utilizadas no setor industrial, por exemplo, na identificação de ferramentas, recipientes ou embalagens. Também nas portagens em autoestradas estão presentes leitores estáticos de radiofrequências. Cada viatura possui um tag e, ao passar pela portagem, as informações armazenadas neste são recolhidas, permitindo à empresa competente identificar o consumidor e cobrar a taxa de pagamento. Os sistemas de RFID podem ser ainda utilizados em aeroportos, para identificação de bagagens, evitando assim eventuais perdas. No comércio e logística, esta tecnologia pode ser aplicada na gestão de stocks e armazéns, sobretudo em grandes superfícies comerciais. Em bibliotecas de dimensões consideráveis, a RFID poderá ser também uma mais-valia, permitindo identificar e rastrear os exemplares disponíveis mais facilmente. Na segurança, destaca-se a utilização destes sistemas para fins de controlo de acesso a zonas restritas.

O 5G, conhecido como a quinta geração das tecnologias e padrões de comunicação wireless (sem fios), também constitui uma aplicação das radiofrequências. Difere das gerações anteriores por ser ainda mais veloz e utilizar, geralmente, radiações eletromagnéticas de frequências mais elevadas. Contudo, as frequências utilizadas para a tecnologia 5G não são iguais em todas as partes do mundo, podendo variar de país para país. Em Portugal, serão usadas sobretudo duas faixas: 700 MHz, que é ainda relativamente baixa, e 3,6 GHz. Ambas se situam na zona das radiofrequências, à semelhança das faixas características das gerações anteriores. O 5G será a nova rede utilizada pelos dispositivos móveis para se conectar à Internet a partir de qualquer lugar, sendo, portanto, um exemplo de uma aplicação das radiofrequências na área das telecomunicações.


Artigo escrito por Margarida Almeida